Carcinoma ductal invasor. Foi assim que me diagnosticaram.

Não quero mostrar aqui, como lido bem ou não, com a minha condição, mas sim mostrar os meus medos e quem sabe, as pessoas que passam ou passaram por isso, possam me ajudar a superá-los. Trocando experiências, conselhos, opiniões, receitas...

Num primeiro momento, vim em busca de apoio junto aquelas que passam pela mesma situação. Agora tenho mais um objetivo, divulgar todas as informações a respeito da doença, sintomas e prevenção que temos acesso quando somos diagnosticadas para todas aquelas que não são, assim podemos aumentar o número do diagnóstico precoce.



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

De quem é esse corpo?



    Quando me deparei com essa imagem linda e (como designer que sou) muito bem "sacada" por sinal, comecei a me questionar a respeito da imagem, não dessa mas da nossa imagem após a mastectomia. Essa imagem ai em cima nos questiona justamente sobre nossa "obsessão" com as minucias da aparência, e nos lembra de que a saúde é mais importante e tal. Realmente não tenho a menor dúvida das prioridades, saúde em primeiro lugar mas tem outro tipo de saúde também que pouco se fala nos blogs e outros meios que frequento como apoio, o lado emocional, nossa psique, o self do ser. E não me refiro a "frivolidades" estéticas.

    Não sei como é ou foi para vocês mas no meu caso foi e é algo ....pausa para pensar numa palavra... não consigo pensar em uma palavra... mas tenho sensações, e essas são de frustração, e de uma tremenda SACANAGEM, indignada acho que é uma boa palavra! Eu não nasci assim, eu curtia meu corpo prá ca*****te e agora o que eu tenho, ou melhor não tenho mais! Minha "mama", meu peito meu seio minha teta, tá em algum vidro cheio de formol ou quem sabe no lixo mesmo, ah e com um tumor no meio dela... Bom antes lá do que neste corpinho que não te pertence né, mas ficou um buraco gente, na auto estima, na cabeça. E agora?



     E é aqui que me encontro, negociando com o meu corpo, o meu novo corpo, com mais limitações e deformidade que um dia poderia pensar em ter. Mas o ser humano tem uma qualidade fantástica, a de se adaptar, e é bem por ai mesmo né... temos que nos adaptar e aprender a amar nesse novo corpo/self, por que as mudanças estão longe de ser apenas físicas. Quanto mais eu me reconheço no espelho, menos sei que eu sou!

Muito prazer, Fabiane!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Radioterapia, queima?



      Eu sei que estou em débito com o blog, que não tenho aparecido com regularidade, mas tenho acompanhado os blogs amigos e os que surgem a cada dia contando uma história tão familiar. Por isso me obriguei a não abandonar o blog, me lembrei que quando fui eu que tive um diagnóstico de CA esse apoio virtual foi muito consolador e ainda é, em outra fase mas ainda é, e acabei de perceber que sempre vai ser...

Por isso quero compartilhar minha experiência com a radioterapia.

     Bom foram 28 sessões, mama e fossa clavicular, vulgo saboneteira. No inicio eu tava feliz da vida, me imaginando no começo do fim, que depois do que passei na cirurgia, radioterapia seria muuuuiitto melhor! Ledo engano. Não foi tão fácil assim porque eu tive uma reação forte de pele a partir da 19ª sessão mais ou menos, mas o que pegou mesmo foi o fator psicológico, ir todos os dias, ficar marcada como uma experiência de ciências... isso me cansou... mesmo! Lá pela 23ª sessão me peguei chorando naquela máquina igual criança dizendo que eu não queria mais "brincar"!!!

Mas adivinha!!! PASSOU! Como a quimioterapia, a cirurgia, o dreno, a radioterapia também passou!

Hoje faz 20 dias que fiz a última sessão e minha pele tem um leve tom bronzeado, contrasta bastante já que o tom original é o bicho de goiaba, mas já já PASSA!

Dica para quem fez a radio para ajudar na renovação da pele queimada:


       Óleo de amêndoa doce, é um excelente emoliente e hidratante, isso quer dizer que ele vai amolecer a craca que ficou e ajudar a pele a se regenerar. Passe na pele ressecada e aguarde uns 10 ou 15 minutos, depois passe uma gaze limpa DELICADAMENTE promovendo uma esfoliação da pele morta.

Um beijo para todas e como dizia o Chico, vai passar...

sábado, 14 de janeiro de 2012

Unhas lindas após o Taxol, será?


     Não sei como foi para vocês mas no meu caso, o Taxol deixou lembranças...

     Minhas unhas descolaram com o tratamento e continuam do mesmo jeito após 4 meses da última quimioterapia. Mas como muita mulher junta numa ante sala de radioterapia sempre acaba naquele papo, como foi com você, descobri que tem solução e por isso resolvi dividir a informação!

     Bom, primeiro é preciso ir ao dermatologista, fui em um indicado por uma colega da radioterapia que me receitou uma fórmula manipulada, que deve ser pingada entre a unha e a ponta do dedo. Já mandei manipular e quando começar a usar vou observar os resultados e divido tudo com vocês. A principio o correto é procurar o dermatologista e explicar que as unhas descolaram em decorrência da quimioterapia, por isso não vou postar a fórmula que me foi indicada. Mas se você quiser comparar depois de ir ao dermato me escreve tá.





     Outro ponto em relação as unhas para quem fez esvaziamento axilar é o fato de não poder remover as cutículas, então como cuidá-las?

     Hidratar é a palavra chave, para não ficar com as cutículas ressecadas, durante o banho uso uma daquelas espátulas de unha para "empurrar" a cutícula, ela remove a pele solta e após uso a cera nutritiva da Granado e gosto muito, pois ela mantém a cutícula hidratada por muito mais tempo que outros similares, é fácil aplicar e não é gordurosa. Reaplico sempre que percebo a cutícula mais sequinha.

Vale a pena!
 
Bjos!!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Eu voltei, agora pra ficar...


Olá
Apesar de acompanhar os blogs dos amigos, desde a cirurgia não faço um post aqui. Por quê? Também não sei explicar mas uma coisa posso dizer com certeza, a cirurgia não foi tão moleza quanto eu pensei, dolorida sim, imprevistos na recuperação também, mas o fator psicológico foi o pior... Confesso que me ver no espelho mesmo de camisola no quarto do hospital foi muito ruim, o que vi, foi uma sombra não eu. Inchada, abatida, pálida, sem um fiozinho sequer de sombrancelhas ou cílios e praticamente careca com apenas alguns fios rareando na cabeça e de quebra com um buraco na axila levando uma pochete que não era aquela que vinha com a Melissinha (que eu amava).


Depois de dois dias onde até respirar doía MUITO, fui para casa da minha mãe para me recuperar. O que eu não contava era com o tal imprevisto... Tudo ia muito bem, cada dia eu sentia menos dor, sete dias depois retirei o dreno, o que foi um alívio e me deu mais motivação para continuar com as mentalizações positivas, postura otimista e tal, afinal de contas eu estava viva, sem peito mas viva. Sempre me lembrando da frase que meu médico sempre me dizia (você é mais que um peito), até que no 9º dia de recuperação, uma veia na região da mastectomia resolveu romper, e formou um coágulo enorme no espaço em que costumava estar meu peito, levei um susto tão grande porque pensei que a prótese tinha saído do lugar e fiquei em desespero. Tudo que eu pensava era: EU NÃO QUERO OPERAR OUTRA VEZ! Fiquei tão frustrada, chorei, briguei, desci do salto e mandei as mentalizações positivas para a PQP e esbravejei com vontade!! Corre pro médico para fazer ultrasonografia e ver o que está acontecendo, dos males o menor era coágulo a prótese estava ok. Então a solução era puncionar. Uma, duas, três, quatro vezes.... dói, é chato, e não saía quase nada, além de deformar mais ainda a cicatriz. Resultado, depois de vinte dias, o coágulo ainda tava lá o corpo não estava absorvendo o sangue porque estava muito espesso, a solução, abrir outra vez! Voltar ao centro cirúrgico, abrir outra vez, mais 15 dias em recuperação... blá blá blá...

Dessa vez, pelo menos não senti a mesma dor, mas abrir o corte outra vez atrasou a radioterapia, todo o tratamento deveria terminar junto com o ano de 2011, agora vou passar janeiro em radioterapia.
Sabe, fiquei refletindo um bom tempo a questão da minha reação a cirurgia e acho que tive dificuldades por ter feito o caminho contrário. A maioria dos casos que tomei conhecimento aqui na blogsfera era de pessoas que tinham descoberto o tumor e na semana seguinte já estavam no centro cirúrgico e logo depois encarando uma quimioterapia. Comigo foi o contrário. Encarei bem a QT mas a cirurgia nem tanto.

Quanto à cirurgia, ao poucos vou “digerindo” minha nova aparência e limitações e assim a vida vai seguindo, agora mais otimista e confiante.

bjs

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Colabore com a vaquinha para a reconstrução da Renata!


Olá!!

Se você tiver um minutinho gostaria de te pedir um favor, vamos fazer com essa ação não seja apenas mais uma que não deu em nada, VAMOS FAZER ELA ACONTECER de fato!

Colabore com a doação e publique este post em seu blog, coloque no facebook, mande por e-mail, para que o maior número de pessoas possam ver e contribuir, lembrem-se, a data da cirurgia já está marcada, precisamos atingir um valor que realmente ajude.


Para saber como essa vaquinha começou entre aqui:
http://pqpecancer.blogspot.com/2011/10/verdadeira-amizade.html


E para doar:
Banco do Brasil Ag: 1386-2 e C/C - 37329-x

Obrigado a todos!

Beijos...

domingo, 16 de outubro de 2011

A verdadeira amizade.



      Sabe, passei por um bom tempo da minha vida muito descrente do ser humano, justamente por eu ter sido alvo do egoismo de quem eu menos esperava... infelizmente isso acabou "contaminando" meu senso de justiça e a partir daí passei a julgar todos como iguais.
      Ainda bem que as coisas mudam não, graças ao câncer tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas que já estavam na minha vida e uma delas chama-se Maria Alice. Essa pessoa fofa, sempre me fala que quando alguém de sua família passa por qualquer tipo de dificuldade, TODOS colaboram, e quando a dificuldade é financeira eis que aparece a tão peculiar vaquinha!

      Imagino que todas nós mulheres que enfrentam o câncer de mama, somos membros de uma família, por isso nos ajudamos mesmo que virtualmente, além do fato de que por passarmos pelas mesmas experiências, neste caso sabemos exatamente como é o sofrimento alheio.

     Hoje, eu estava lendo alguns blogs e passei pelo Vencendo o jogo contra o câncer  e li uma história que me lembrou a Maria Alice. Por isso peço a vocês, vamos ajudar um membro da nossa família virtual?



A Renata já está com a data da cirurgia para a reconstrução marcada porém ainda não tem todo o dinheiro. Vamos ajudá-la a realizar sua reconstrução? Acho que R$10,00 de cada uma, não vai fazer tanta falta assim e podemos contribuir com uma excelente causa. DIVULGUEM EM SEUS BLOGS

Passem no blog da Re e leiam sua história:
http://vencendoojogocontraocancer.blogspot.com/2011/10/um-mes-para-cirurgia-tao-esperada.html

Ah! Eu ainda não falei com ela, aliás nem a conheço, mas tenho certeza de que ela ficará muito feliz!

Beijos no coração de todas e cada uma,
Fabi

Olááá...



Nossa, quanto tempo não...
Andei sumida meio sem coragem para escrever, mas diante de um comentário tão fofo da Tanya, pedindo para eu não sumir, tive que esboçar uma reação!..rs. E cá estou!

Noites insone me rondam as vésperas da cirurgia. Os resultados dos exames foram bons, muito bons. O tumor praticamente sumiu, o que ficou foi uma área de fibrose onde antes tinha um nódulo de tamanho considerável e terça dia 18/10 finalmente opero. Mas, se finalmente chegou o momento tão esperado de me livrar de vez desse treco, porquê estou tão estranha?! Medo, um pouco, preocupação talvez... O FATO É QUE EU NÃO SEI O QUE ACONTECE!

Bem, é preciso levar um dia de cada vez não, quanto a cirurgia mando notícias assim que puder e por favor, orem por mim.

Gostaria de deitar minha cabeça e dormir o sono das crianças...

beijos...