Carcinoma ductal invasor. Foi assim que me diagnosticaram.

Não quero mostrar aqui, como lido bem ou não, com a minha condição, mas sim mostrar os meus medos e quem sabe, as pessoas que passam ou passaram por isso, possam me ajudar a superá-los. Trocando experiências, conselhos, opiniões, receitas...

Num primeiro momento, vim em busca de apoio junto aquelas que passam pela mesma situação. Agora tenho mais um objetivo, divulgar todas as informações a respeito da doença, sintomas e prevenção que temos acesso quando somos diagnosticadas para todas aquelas que não são, assim podemos aumentar o número do diagnóstico precoce.



domingo, 11 de dezembro de 2011

Eu voltei, agora pra ficar...


Olá
Apesar de acompanhar os blogs dos amigos, desde a cirurgia não faço um post aqui. Por quê? Também não sei explicar mas uma coisa posso dizer com certeza, a cirurgia não foi tão moleza quanto eu pensei, dolorida sim, imprevistos na recuperação também, mas o fator psicológico foi o pior... Confesso que me ver no espelho mesmo de camisola no quarto do hospital foi muito ruim, o que vi, foi uma sombra não eu. Inchada, abatida, pálida, sem um fiozinho sequer de sombrancelhas ou cílios e praticamente careca com apenas alguns fios rareando na cabeça e de quebra com um buraco na axila levando uma pochete que não era aquela que vinha com a Melissinha (que eu amava).


Depois de dois dias onde até respirar doía MUITO, fui para casa da minha mãe para me recuperar. O que eu não contava era com o tal imprevisto... Tudo ia muito bem, cada dia eu sentia menos dor, sete dias depois retirei o dreno, o que foi um alívio e me deu mais motivação para continuar com as mentalizações positivas, postura otimista e tal, afinal de contas eu estava viva, sem peito mas viva. Sempre me lembrando da frase que meu médico sempre me dizia (você é mais que um peito), até que no 9º dia de recuperação, uma veia na região da mastectomia resolveu romper, e formou um coágulo enorme no espaço em que costumava estar meu peito, levei um susto tão grande porque pensei que a prótese tinha saído do lugar e fiquei em desespero. Tudo que eu pensava era: EU NÃO QUERO OPERAR OUTRA VEZ! Fiquei tão frustrada, chorei, briguei, desci do salto e mandei as mentalizações positivas para a PQP e esbravejei com vontade!! Corre pro médico para fazer ultrasonografia e ver o que está acontecendo, dos males o menor era coágulo a prótese estava ok. Então a solução era puncionar. Uma, duas, três, quatro vezes.... dói, é chato, e não saía quase nada, além de deformar mais ainda a cicatriz. Resultado, depois de vinte dias, o coágulo ainda tava lá o corpo não estava absorvendo o sangue porque estava muito espesso, a solução, abrir outra vez! Voltar ao centro cirúrgico, abrir outra vez, mais 15 dias em recuperação... blá blá blá...

Dessa vez, pelo menos não senti a mesma dor, mas abrir o corte outra vez atrasou a radioterapia, todo o tratamento deveria terminar junto com o ano de 2011, agora vou passar janeiro em radioterapia.
Sabe, fiquei refletindo um bom tempo a questão da minha reação a cirurgia e acho que tive dificuldades por ter feito o caminho contrário. A maioria dos casos que tomei conhecimento aqui na blogsfera era de pessoas que tinham descoberto o tumor e na semana seguinte já estavam no centro cirúrgico e logo depois encarando uma quimioterapia. Comigo foi o contrário. Encarei bem a QT mas a cirurgia nem tanto.

Quanto à cirurgia, ao poucos vou “digerindo” minha nova aparência e limitações e assim a vida vai seguindo, agora mais otimista e confiante.

bjs